Especial Dia da Consciência Negra - Teledramaturgia: personagens negras marcantes
By TV Mulher - 18:34
Em pleno Dia da Consciência Negra, nós
não poderíamos deixar de homenagear as grandes mulheres negras que abrilhantam
a televisão brasileira, lutando dia-a-dia para quebrar estigmas. Separamos as
personagens negras mais marcantes da telinha para lembrarmos esta data tão
importante.
1.
Francisca da Silva de Oliveira - Xica da Silva (Taís Araújo, 1996)
Personagem interpretada por Taís Araújo, foi um grande
marco na história das telenovelas no Brasil. A trama produzida pela extinta TV
Manchete, foi exibida de 1996 a 1997. Na trama, escrita por Walcyr Carrasco,
ambientada no século XVIII, quando o Brasil
ainda era colônia de Portugal. Com forte retratação histórica e apelo
erótico, Xica da Silva mostrou o Brasil cruel e impiedoso. O folhetim conta a história de Xica é
escrava do comendador. Além de tudo, trata-se de uma
mulher muito inteligente que consegue a independência ao se casar com o homem
mais rico do Brasil Colônia.
2.
Maria - Xica da Silva (Zezé Mota - 1996)
A mesma novela rendeu
destaques para a atriz Zezé Motta, que interpretou bravamente a mãe de Xica da
Silva, Maria. A personagem enfrentou todos os obstáculos impostos, na época em
que a briga por diamantes, no Brasil, era desenfreada. Com a passagem do tempo,
ao final da novela, Zezé assume o papel de Xica e Taís passa a ser Joana, filha
da protagonista. Em pleno Dia da Consciência Negra, nada melhor do que Maria
para lembrar do sofrimento dos antepassados negros.
3.
Isabel Nascimento - Lado a Lado (Camila Pitanga - 2012)
Isabel é ex-dançarina e dona do Teatro
Alheiro. Ela se apaixona por Zé Maria, com quem ia se casar, mas acaba sendo
abandonada no altar por ele. Após, engravida de Albertinho, que se nega a
assumir o filho, roubado de Isabel logo após o nascimento. A moça, decide
então, mudar-se para a França, onde trabalha como dançarina e volta rica.
Depois de muita luta, a mocinha encontra a felicidade ao lado de Zé Maria,
negro que insiste em não deixar as culturas da população negra morrer. O
personagem sofre um bocado na Revolta da Chibata, retratada na trama.
Sem dúvidas Isabel foi um divisor de
águas na carreira de Camila Pitanga, não havia como não ser.
OUTRAS
Preta
- Da Cor do Pecado (Taís Araújo - 2004)
Preta foi outra personagem forte de Taís
Araújo. A personagem pensa ser abandonada por Paco e acaba criando Rai, fruto
do relacionamento, sozinha. Preta foi um grande marco na televisão brasileira
por ser uma protagonista negra em uma trama ambientada neste século.
Helena - Viver a Vida (Taís Araújo)
Helena merece destaque, por ser negra,
protagonista e MODELO, como tantas outras negras pelo país. A novela não teve
grande apelo, nem foi 'um sucesso', mas Taís Araújo mostrou todo o seu talento
ao contar a história da mocinha. Na trama, Helena é casada volta ao Brasil,
após suas andanças pelo mundo e se encanta com Marcos, personagem do ator José
Mayer. Helena é corajosa, intensa e independente. Foi muito bem desempenhada
por Taís e teve um destaque significativo.
Paula de Souza - Babilônia (Sheron
Menezes)
Paula é uma personagem importante, já
que no início do folhetim decide que sairá do morro da Babilônia onde nasceu,
devido à distância que deverá percorrer para chegar ao trabalho. A mocinha é
decidida e enfrentou diversos preconceitos para chegar no objetivo final e se
tornar uma advogada de renome. Mesmo com toda a mudança, a personagem procura
sempre manter suas origens.
O que a maioria dessas personagens tem em comum? Elas representam uma parcela da sociedade negra, uma grande, mas não toda. Os personagens designados as atrizes negras podem ser empresárias, modelos, enfermeiras, médicas e tantas outras coisas que não são, ou não deveriam ser, limitadas pela cor da pele, portanto, ainda há um longo caminho a se percorrer. O estereótipo imposto a personagens negras na televisão apresenta algo limitador. Com o papel importante exercido pelas novelas, a representatividade na teledramaturgia torna-se fundamental. Ela é capaz de proporcionar um imaginário flexível, mostrando que todos podem ser o que quiserem.
